A cidade e suas luzes, suas fachadas luminosas, outdoors, publicidades, cartazes, faixas, manifestos, protestos, pichações, grafites.
A cidade pode ser vista numa perspectiva urbanística, arquitetônica, sociológica, antropológica, política, econômica, social, psicológica, artística…
A cidade pode até não ser vista…
Mas a cidade pode ser caótica e bonita, portentosa e opressora, grande para os pequenos, e pequena para os grandes. Um canteiro de obra para as empresas, um labirinto para um transeunte, uma casa a céu aberto para o sem teto, uma exposição para o passeante ou turista, um motivo para um poeta, um fotógrafo, um artista…
Um enigma para os políticos, um desafio para as políticas públicas.
A cidade não é dos políticos, dos governantes, das imobiliárias, das construtoras, das empresas, dos automóveis… a cidade deveria ser de quem vive nela.
Nela vivemos e nela temos que conviver. Com nossas diferenças, com nossas proximidades.
A cidade na minha gravura é tudo isso, ou pretende ser, e, pretensiosamente, refletir sobre tudo isso. Não é uma exaltação à cidade, ou um julgamento, pretende ser mais um espelhamento sob um ponto de vista de quem está dentro, mergulhado nela. Pode ser qualquer cidade do país, quiçá qualquer metrópole do mundo.
A cidade e a gravura são a minha pesquisa – são meus problemas, minha ocupação e minha preocupação, minha investigação. Na gravura pesquiso materiais diversos, além da xilogravura, a gravura em metal, a serigrafia e a litografia. Busco outros suportes para matrizes, como plásticos, materiais para pisos, forros e revestimentos, gesso, papelões, além de colagens e experimentações com o processo e os procedimentos de impressão, sempre na busca de encontrar a melhor forma de me expressar e expressar a cidade e suas idiossincrasias.
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